Olá, caros leitores de Esfinge.
A confusão dos blogs os deixou atordoados, sei disso.
Portanto, para me desculpar, farei o que muitos estão me pedindo por e-mail e ao vivo: em breve postarei o restante do primeiro livro da saga!
Por ora, gostaria de compartilhar com vocês as primeiras impressões de um livro que está prometendo ser mais um Best Seller americano: a obra "50 tons de cinza", de E.L. James.
Na verdade, é uma trilogia erótica nascida como releitura da saga Crepúsculo. Começou na tentativa de explorar a tensão sexual que havia entre Bella e seu vampiro preferido Edward, abafada e não explorada pela autora Stephanie Meyer.
Fiquei sabendo da obra por uma reportagem na revista Época e fui à caça. Li várias reportagens e críticas. O que mais me chamou a atenção não foi a discussão em torno do erotismo literário, tão pouco a questão da submissão feminina, o que, dizem alguns, é traço velado do século 21. Na verdade me intriga o boom editorial em torno da obra, o que me fez lembrar todos os outros que presenciei e pude acompanhar.
Não li a saga "Crepúsculo", mas pretendo tê-la. Não li todos os livros de "Harry Potter", não cheguei perto das "Crônicas de Gelo e Fogo"; e tudo isso não por preconceito, mas por pura falta de tempo. Os clássicos obrigatórios do curso de Letras tomam todo o meu tempo livre.
Mas, fazendo um link com reflexões de um professor, também editor, Augusto Massi, editor da Cosac Naify, aprendi a ver os livros, também, como produtos de um mercado. O que faz um livro famoso? O que faz um livro vender? O que faz de um livro, um clássico? Um Best Seller? Uma obra traduzida em todo o mundo?
A minha resposta ingênua de anos atrás diria: sua qualidade literária, oras. Nem sempre. Por vezes, um livro vende por saber ser comercial: o tema é comercial, a publicidade é comercial. Outras, ele tem um conteúdo que vem ao encontro de anseios e características de sua geração.
Mas o que é, de fato, qualidade literária? Temos a tendência de comparar com os grandes da literatura, pesar linguagem, camadas de leitura, elaboração de enredo, novidade artística etc. para julgarmos o valor de uma obra. Mas esse viés é falho.
"O Conde de Monte Cristo" de Alexandre Dumas, o maior boom editorial de seu tempo, foi considerado pela crítica da época um livro comercial e menor. Sinceramente, acho a construção narrativa dele genial, todo o mundo acha. Hoje. Mas, na época, colocado ao lado dos grandes, era livro que vendia, apenas.
Peraí...
A MAIORIA dos livros que entraram para a história, um dia, foram livros "comerciais", salvos exceções. E tais exceções são casos de livros que a academia estuda por sua qualidade mas ninguém nunca ouviu falar deles até entrar na faculdade. Hum...
Qual seria, então, a literatura propriamente dita? Creio eu que seja aquilo que as pessoas leem!
Calma, não me confundam com uma ingênua de novo. Eu sei do outro lado, já estive lá. Há obras que lemos porque tiveram o privilégio de possuirem estrutura, capital e... capital para se fazerem popular. Sei disso. Num mundo mercadológico, o dinheiro conta muito.
Mas e esses textos que se popularizam na net, gratuitamente, e viram livros? Houve publicidade, de fato? Ou interesse e o bom e velho boca-a-boca? E se houve, ele incitou interesse. E se o fez é porque algo no livro fala a seu público diretamente. O quê? Só lendo pra saber!
Li uma crítica quanto ao citado livro de James dizendo que ele chama atenção por ser pornográfico. Admito: a pornografia vende, demais! Exatamente por ser intrinsicamente humana e universal. Mas o livro não é apenas uma obra pornô. Vem ao encontro de um perfil social, psicológico, ideológico da mulher e seus papéis, e seu subconsciente. Um viés interessante, vamos admitir.
O que quero dizer é que todo livro é reflexo não apenas de seu autor, mas da sociedade em que está inserido. E se vende, questões de mercado à parte, vende porque encontra no público que o lê um quê de cumplicidade, de encontro espelhar, de intimidade. Aquele "nossa, parece que o autor me conhece...". E isso é, ou não é, literatura?
Abaixo alguns artigos e reportagens do Best Seller do momento:
http://50tonsdecinza.com.br/
http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/%E2%80%98cinquenta-tons-de-cinza%E2%80%99-guia-de-sexo-para-fas-de-%E2%80%98crepusculo%E2%80%99
http://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2012/07/29/cinquenta-tons-de-cinza-ganha-leitores-pela-narrativa-libertina-embora-tomada-de-cliches.htm
http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/ata-me
http://perdidasnabiblioteca.blogspot.com.br/2012/07/50-tons-de-cinza-ganha-destaque-na.html


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