Só está apto a adorar aqueles que sabem que não são dignos de estarem ali. Claro que não posso restringir adorador=participante de uma equipe de louvor. Vou focar neles (em nós), mas o princípio se aplica a todos.
Repetindo: só está apto a adorar aqueles que sabem que não são dignos de estarem ali.
E digo ali não apenas na frente de todo mundo; ali não apenas sendo exemplo para pessoas; ali não apenas como canal de uma mensagem cujo poder de impacto vai além de nossa limitada noção de poder. Não, a questão é maior. Porque ao se colocar diante de homens em nome de Deus, há também uma enorme plateia invisível. Seres capazes de destruir o ser humano, inclusive muito a fim disso. Outros, seres capazes do impossível em nome do Altíssimo, com espadas em punho. Anjos e demônios, creia-se neles ou não.
Não apenas, ainda, por isso. Há uma outra plateia, invisível e perceptível apenas pela fé que dá a certeza das coisas que não se veem. Homens e mulheres, de diversos tempos e eras, que serviram ao mesmo Deus, que você diz servir, com excelência, alguns dando a vida por isso. Milhares e milhares de testemunhas, uma nuvem delas, olhos dos céus direcionados ao agir de Deus na Terra, e seus instrumentos. E não para por aí: se a criação geme aguardando a manifestação dos eleitos, temos o cosmos de orelha em pé. E óbvio, não menos importante, o próprio Deus, em pessoa, habitando dentro de você e querendo se manifestar através de você.
Um peso gigante? Não. Uma responsabilidade gigante? Com certeza! Um privilégio extraordinário? Sem dúvidas! E todos sabem a diferença entre cantores e adoradores. É inconfundível. E sabemos que a mesma pessoa é capaz de ser, ora cantor, ora adorador. Eu sei, já fui os dois.
Mas só está apto a adorar, mesmo, aqueles que sabem que não são dignos de estarem ali. Aqueles que veem Alguém grande o suficiente digno de adoração, de veneração, de temor, de gratidão, de amor. Porque os verdadeiros adoradores não apenas temem o Todo-Poderoso, mas também o conhecem intimamente. Sabem de suas feridas íntimas saradas por Ele; sabem de suas lutas diárias travadas juntos; sabem de suas conquistas secretas; sabem que erram sempre, mas nunca são deixados para trás, apesar de merecerem.
Posso estar sendo ousada aqui, e digo que o que afirmarei é apenas interpretação minha provinda de minha experiência. Mas ouso dizer que só está apto a adorar quem sabe, na pele, o que é ter e não ter acesso à graça.
O perdão divino cria adoradores; a lei fria cria fariseus.

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