Já ouvi de tudo. Que 25 é número de sorte e de azar. Que como sou do sexo feminino, não faz diferença ter 25 ou 24... Que me aproximo da melhor fase feminina, faltam apenas 5 para os 30. Que já tenho um quarto de século, e que ainda tenho, apenas, um quarto de século.
Já ouvi que estou ficando velha e preciso tomar cuidado para “não sobrar pra titia”. Já ouvi também que estou nova demais para casar, deveria fazer uma pós, um intercâmbio, comprar um imóvel...
Me falaram que o tempo é meu amigo, fico bela enquanto envelheço. Me falaram também para me cuidar, porque a beleza dos 17 não volta nunca mais.
Ouvi dizer que sou séria, sábia, centrada, responsável. Mas já me chamaram de moleca, divertida, criança-grande, melhor-amiga. Já fui decidida, mas aprendi a ser vacilante. Já fui fria e distante, já fui apaixonada e manhosa, já fui temperamental.
Já joguei no time da escola pra me sentir importante, já fui grande pensando ser inferior, e também já fui inferior pensando ser grande... Já ganhei amigos, perdi alguns, matei outros, guardei a maioria. Já pertenci, mas já fui peixe-fora-d’água.
Em 25 anos julguei os próximos zilhares de vezes, e mudei de opinião. Já tomei banho de chuva e de lama e de pétalas e de chocolate. E de mar... Enfrentei alguns medos, brinquei com outros, guardei alguns como souvenir. Falei com o sol, com a lua, e sozinha. Cantei de madrugada, passei noites em claro, durmi até tarde. Brinquei na rua, andei de patins, fiz guerra de amora, colecionei cicatrizes.
Já engordei por gula, por desleixo, por felicidade. Já emagreci por stress, por esporte e por vaidade. Já malhei por desespero e por prazer. Já pisquei para o bonito da escola, dei selinho por aposta, já gostei do melhor amigo (e de seus amigos), já namorei o cara errado, já amei...acho.
Já fui ignorada, paparicada, zombada, idolatrada, caçoada, respeitada, ferida, perdoada, esquecida, lembrada, “cantada” e ...cantada. Já abracei, já briguei, já brinquei, já chorei junto e sozinha, já menti, já fugi, já fiz sorrir, já encarei, já tropecei, já caí, já corri, já nadei, já voei, e morro de vontade de viajar no tempo. Já ganhei flores, já mandei flores. Já me arrependi de ter amado, e me arrependi de ter me arrependido.
Tenho de vida o que alguns têm de casados, ou de empresa. Creio, no fim, que melhor do que ter 25 anos de existência é ter existido por 25 anos.
Sempre quis ter 25 anos. Agora que tenho, não faço a menor ideia do que eles significam... Brincadeira, sei sim! Levei 25 anos pra saber.
Poxa vida garota... texto revelador, cara de Elisa..cara de Katucha, cara de mulher/menina de 20, 25, 30 ,40 e até muito mais... lindo
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