Aqui vai uma lista das coisas que mais quero na vida. E essa lista existe apenas para autodescoberta. Por que, antes de mais nada, precisei elaborá-la. É a admissão sincera de alguém que sempre pôde lutar pelo que queria, mas nunca soube bem o que isso era! Na verdade, sempre soube; só nunca admitiu claramente.
- Quero a sensação de saber que sou útil. Que por um momento, em alguma circunstância, fui a pessoa certa, no lugar certo, e tive a oportunidade de exercer meu papel com louvor.
- Quero que minha existência sirva para melhorar a existência do outro, qualquer que seja ele, o indivíduo que existe e não sou eu; todos os que passarem por aqui.
- Quero o sorriso, o toque, o beijo, a conversa desinteressada, a piada espontânea, a confidência, a cumplicidade, a troca de verdade, o crescer juntos, o brilho dos olhos, o dar suporte, o dar e receber colo, o dar e ouvir sugestões, a companhia, a confiança, o jogar coisas fora, o adquirir coisas, o matar tempo, o ganhar tempo, o investir tempo, os abraços, os sussurros, as broncas, os investimentos, os desperdícios, o mau humor, o bom humor, o medo, as lágrimas, a dor, a ansiedade, os abraços, os dedos entrelaçados, os telefonemas, os filmes, os livros, as músicas, o lanche, as tarefas corriqueiras, os projetos de vida, a voz, o suor, a pele, a oração, a preocupação, a empatia, o afeto, a espera, o respeito, a admiração, o compartilhar, os silêncios e seus significados distintos, e toda a lista interminável de coisas que tenta explicar a mágica experiência de ser de um ser.
- Quero dar valor à vida, à riqueza das pessoas e suas várias identidades, e de tudo o que se pode aprender com elas.
-Quero uma família. Uma de verdade. Não uma ideal, tão pouco uma falsificada. Uma real, com seu problemas diversos, seus laços, suas manias e tiques, sua riqueza de vida e de história.
- Quero não precisar me rebaixar ao consumo vazio, às expectativas plantadas, aos ídolos, ao senso comum, às verdades forjadas para me sentir humano, digno, decente e de valor.
- Quero a deliciosa sensação da conquista, quando se trabalha e se empenha por algo. Quero, antes de tudo, nada que seja fácil demais, nada que seja dado perniciosamente, nada que tire de mim a capacidade de lutar, de agir, de escolher; de conquistar.
- Quero ver minha fé se tornando tão palpável que qualquer estranho não fique alheio às suas manifestações; que o amor que prego esteja tão impregnado em mim, que a verdade que digo seja tanto o que vivo, que de fato, venha à existência material patente a qualquer um.
- Quero ousadia para enfrentar os hipócritas, os mentirosos, os falsários, os enganadores, os caluniadores, os manipuladores, os inescrupulosos, os injustos, os egoístas, os brutos, os orgulhosos, os perniciosos, os ambiciosos, os maldosos – de forma eficaz mas graciosa; e quero a coragem e a humildade necessárias para não me tornar um deles.
- Quero que aqueles que me conhecem, e que irão me conhecer, ao se lembrarem de mim, digam: seria bom se existissem várias dela!
- Quero a pessoa de Deus perto, mesmo que, para isso, seja preciso refazer meus paradigmas e a imagem que tenho de mim e Dele, quantas vezes forem necessárias.
- Quero viver, amar, construir algo que fique após mim, e morrer... Sim, eu quero morrer um dia! Espantado? Dois motivos: primeiro, é uma coisa que só se sabe como é experimentando; segundo, se eu vivesse para sempre, o ciclo errar-aprender-tentar de novo seria infindável e inútil, e uma hora, creio, isso cansa! Acabei de pensar em mais um: a certeza da morte, no fim, é o que faz a minha vida ter valor.
Bom... pelo jeito continuo clichê: quero exatamente o que todos os seres humanos querem!
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