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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Onde está o seu coração?



Mc 11. 1-26; Lucas 19. 36-40

A entrada triunfal de Jesus é o único momento que vemos o Senhor ser aclamado, publicamente, como rei. Ele entra na cidade e a reação das pessoas é gritar com força a sua presença ali e o que essa presença significava. Ali estava aquele que vinha em nome do Altíssimo. Ali estava o descendente da casa de Davi. Ali estava a solução para seus problemas. E tomados de alegria e júbilo, eles se despem de seus mantos e fazem um caminho, um tapete vermelho improvisado para o rei dos reis com as próprias roupas. Uma reação natural de quem tem o júbilo e o louvor pulsando em seus corações.

Lucas conta que os fariseus, vendo a festa de celebração como algazarra popular, e, no fundo, querendo que Jesus os impedisse de aclamá-lo rei, o que daria um problema político, pediram a Cristo que mandassem que seus discípulos se calassem. Se fizesse isso, Jesus estaria dizendo que, realmente, era apenas a celebração de um povo inculto, nada muito sério, e que ele, sabendo o significado de tudo aquilo, se colocava na posição de alguém que negava o louvor que lhe era concedido. Jesus sairia por politicamente correto. Mas claro que Jesus não pensava nem um pouco como os fariseus. Ele era, sim, o enviado, o ungido do Senhor. Fato. Digno de louvor, de aclamação, de saudação, de júbilo, de culto. E isso era tão palpável e tão verdadeiro que, se as pessoas não o aclamassem, as pedras o fariam. Uma verdade incontestável não pode ser calada. Nem que, sobrenaturalmente, as pedras o façam, mas precisa ser dita. Alguém precisa louvar seu nome e sua presença, pois é impossível à criação estar diante do rei e não se curvar, e não se despir de suas capas e de seu conforto para ofertar a ele como culto.

Um coração que conhece o Mestre, sua glória, sua majestade, o adora espontaneamente. Um coração que pulsa pela intervenção divina, pela presença do altíssimo, ao senti-la, instantaneamente se prostra, se despe, adora. Assim como uma roseira, no tempo certo, dá rosas naturalmente, um adorador adora naturalmente.

Nem sempre. Somos capazes de fingir. Somos capazes de camuflar. Somos capazes de sugestionar algo que não somos. Somos capazes de parecer, de simular, de vender o peixe que não temos.

Depois de ser aclamado na entrada de Jerusalém, Jesus vai ao templo. Qual expectativa que se tem ao, na entrada, ver um templo cheio? Você pensa: “Poxa, que bênção! As pessoas estão buscando a Deus! A casa do Senhor está cheia!”. Jesus entra no templo e vê que a casa de oração, de fato, era casa de escambo. Vê que aquela multidão está ali atrás de lucro próprio. Então ele vira a mesa!

Mas antes, no caminho, Jesus, com fome, se depara com uma figueira. Um detalhe: não era tempo de figos. A figueira dá os frutos antes das folhas ficarem verdes e viçosas. Ou seja, uma figueira com folhas pressupõe frutos maduros. Apesar de ser fora do tempo, a figueira parecia, aos olhos de Jesus, frutífera. Mas quando Jesus se aproxima, era só aparência; era só discurso, eram cânticos bem ensaiados, gestos vazios, mãos levantadas e vidas vazias. A figueira era um ser falso: existia para frutificar, mas não frutificava. Então Jesus vaticina: “ninguém mais coma de seu fruto!”. Você não serve, você engana, você cria uma expectativa irreal, você é falsa, você é só aparência. Seque e morra porque uma figueira que não dá fruto não serve pra nada.

Um adorador que não adora, não serve pra nada. Um coração que não pulse está morto. Uma vontade que não queira, não é vontade. A aparência não é a verdade. Um culto fingido não é culto.

O que faz o seu coração pulsar? O que faz o seu coração cantar? Você é alguém capaz de sentir a presença do rei? Você estende a sua capa para que ele a use por caminho? Você canta alegremente para que todos saibam que ele está ali? Ou você é um templo onde não há oração mas escambo, uma figueira frondosa sem figos, um adorador de fachada? Sinceramente, a sua vontade pulsa, anseia, deseja, ferve por estar ali louvando e bendizendo aquele que veio em nome do Senhor? Ou é obrigação, é o politicamente correto para um crente de x anos, é o que se espera de um filho de crente... afinal, não posso faltar hoje, não posso não tocar, o que vão pensar de mim? Não posso não fechar os olhos, não posso não cantar, isso gera perguntas indesejadas...

Mt 6. 21 : “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração”. Qual é o item de maior valor para você em sua vida? Não sabe? Simples: o que consome seu tempo, seu dinheiro, seus pensamentos em, pelo menos, 60% do dia? Aquilo que você não abre mão, por nada? Aquilo que pesa em suas decisões diárias, o que é?

O seu coração, de fato, pulsa pela presença do rei? O seu coração, de fato, se alegra com o reino do rei? O seu primeiro impulso é tirar a capa e dançar e cantar na presença dEle? Seja onde for, a hora que for, independente do preço a ser pago? Você é um adorador que adora?


Onde está o seu coração?



In: http://equipelouvoribbn.blogspot.com.br/

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